Queridos leitores, ando cheio de trabalho e coisas para resolver nessa vida, nem tive tempo de elaborar um texto bacana para falar sobre o dia dos namorados…rs, sorry! Mas vou reproduzir abaixo o texto já conhecido de alguém que entende e fala muito bem sobre vários assuntos, a escritora Martha Medeiros. Portanto, divirtam-se e beijem muito nesse dia e em todos os outros de suas vidas! Volto em breve.
Esta é a semana dos namorados, mas não vou falar sobre ursinhos de pelúcia nem sobre bombons. É o momento ideal pra falar de SACANAGEM. Se dei a impressão de que o assunto será ménage à trois, sexo selvagem e práticas perversas, sinto muito desiludí-lo (a). Pretendo, sim, é falar das sacanagens que fizeram com a gente.
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada “dois em um”, duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: ANULAÇÃO.
Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural, simples – só é ruim quando feito sem vontade; Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos.
Meu lindo, mesmo não sendo vc o autor, a escolha do texto, foi perfeita e pegou “na veia”. Regras, regras e mais regras. Onde está o amor? Nor retorcemos e nos violentamos em nome de uma condição para ser amado. Será que vale a pena? Quando a solidão toma conta, nos cega de tal forma que acabamos por eleger pessoas para “amar” que também escolheram outras pessoas… que escolheram outras pessoas, o que acaba por se tornar um sofrimento coletivo… ainda que na individualidade. Enfim nos vemos como no texto QUADRILHA do Drumond – “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.”
Bjs Paty